sexta-feira, 20 de março de 2009

segunda-feira, 9 de março de 2009

A experiência feminina




A experiência de ser mulher é reveladora de uma essência ou de modos de vida socialmente instituídos ao longo do tempo?
Responder a esta pergunta é responder politicamente sobre o que é ser mulher.
É uma pergunta que me faço recorrentemente e para a qual não encontro resposta definitiva. Neste sentido, é uma provocação.
Daí que ser mulher para mim é uma busca constante. Uma busca por sentidos, pelo prazer, pela liberdade, pelo desenvolvimento da razão e da espiritualidade, pelo acolhimento, pelo carinho e pela confiança.
No fundo, no fundo, a mulher não existe, como disse Lacan. Existem mulheres, com suas histórias pessoais, seus sonhos e desilusões, suas conquistas e suas buscas.
As identificações, quando existem, são afetivas e políticas. Talvez ser feminista seja ser humanista, afinal, e repudiar a violência e o preconceito, quer elas surjam como machismo, como racismo ou como homofobia.
Para pensar, fica esta bela citação de Rilke:


"A mulher em que a vida habita mais direta, fértil e cheia de confiança, deve, na realidade, ter-se tornado mais amadurecida, ... Esta humanidade da mulher, levada a termo entre dores e humilhações há de vir à luz, uma vez despidas, nas transformações de sua situação exterior, as convenções de exclusiva feminilidade. Os homens que não a sentem vir ainda, serão por ela surpreendidos e derrotados. Um dia ali estará a moça, ali estará a mulher cujo nome não mais significará apenas uma oposição ao macho nem suscitará a idéia de complemento e de limite, mas sim a de vida, de existência: a mulher-ser-humano. Esse progresso há de transformar radicalmente a vida amorosa hoje tão cheia de erros numa relação humana, além de macho para fêmea. E esse amor mais humano assemelhar-se-á àquele que nós preparamos lutando fatigosamente, um amor que consiste na mútua proteção, limitação e saudação de duas solidões."
(RAINER MARIA RILKER, 1904)
Imagem: Di Cavalcanti, Mulheres Protestando

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Tempos Sombrios ou Tempos Luminosos?



Sol das oito horas da manhã do verão. Raios claros e intensos incidem sobre o concreto e o vidro. Ao longo do vale os edifícios rompem o asfalto, carros seguem em muitas direções. Meu imaginário vagueia em busca de contornos alternativos, do frescor das matas e dos palácios orientais. Se eu tivesse outro sonho feliz de cidade, o que acharia de São Paulo? Caminho pelo centro da cidade. Uma estrutura de rede de TV vela em frente à sede da prefeitura. Lá dentro está o prefeito, cujas decisões reverberam em muitas vidas. Apoiado pela maioria (afinal, foi eleito por ela), para ele se voltam olhos e ouvidos da cidade. Todos querem ouvi-lo, todos esperam que ele tenha idéias e propostas para que algo aconteça. A câmera da TV está à espreita de um grupo de manifestantes que, com suas faixas e bandeiras vermelhas, desce de uma van. A manifestação tem hora e data para acontecer, e avisou a rede de TV. A oposição caminha dentro do espetáculo esperado. Quer o prefeito ceda ou não, a vida continua.
Vejo os moradores de rua. São o resíduo de uma história de escolhas políticas de homens de poder. Penso nos homens de poder de quem de alguma forma estou próxima, por assim dizer. Sua resistência em medidas transformadoras. Em ciência política chamam a isso de incrementalismo – as decisões são tomadas dentro de um espectro em que há continuidade. Penso na Ágora. Quando fazíamos política para decidir nosso destino; todos, em praça pública. Quando a possibilidade de inventar o novo estava posta dia-a-dia, pois aí residia a nossa humanidade: na capacidade de invenção da nossa própria vida, do nosso próprio destino. O argumento de que na Grécia Antiga nem todos participavam da Ágora não refresca a nossa situação. Embora votemos todos a cada eleição, que poder temos de transformação, de invenção, de criação do nosso destino? Continuo caminhando. As lojas convidam ao consumo, como se me dissessem, “Consuma e viva para consumir. Não pense em mais nada.”. Na bolsa de valores decisões importantes são tomadas a cada dia. Passo em frente à bolsa todos os dias, e não tenho nenhuma gerência sobre o que acontece lá. A bem da verdade, mal tenho poder na “repartição” em que trabalho. Estamos vivendo tempos sombrios, desde a Segunda Guerra? Significa dizer que as duas últimas gerações estão com os olhos velados. Recuso-me a acreditar que meu destino seja sombrio, pois o sonho e o pensamento, o desejo e a consciência pulsam em mim. Talvez este momento seja apenas mais uma cortina, a obscurecer a luminosidade que há por trás de tudo.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Talvez...

Ecstasy by Alex Grey


Se eu me mantiver contemplativa, talvez caminhe enxergando a vida pelo caminho. Talvez eu veja a beleza de um canteiro florido (ou mesmo de um canteiro com mato). Talvez eu observe as pessoas sem julgá-las, e veja a beleza de seus atos. Talvez meu pensamento possa estar nessa contemplação, e não ocupado com as providências cotidianas (tampouco com aquelas providências hipotéticas). Talvez eu re-encontre a singela alegria de viver a todo momento, e não apenas quando tenho a companhia de quem amo, ou quando medito no ser crístico. Talvez eu consiga amar o tempo todo, um amor traquilo e desinteressado. Talvez eu, afinal, tenha a consciência da harmonia que existe no mundo a todo instante, e anda por aí mais feliz.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

COBRANÇA

A Vida vem e me chama:
- "Já dei muitas chances pra vc, minha velha. Chegou a hora de criar".
Respondo com o poema de Mário Quintana:
- "O velho poeta
Velho?! Mas como?! Se ele nasceu na manhã de hoje...
Não sabe o que fazer do mundo,
Das suas mãos,
De si mesmo,
Do seu sempre primeiro e penúltimo amor...
E - quem diria ? - o que ele mais teme na vida é o seu próximo poema!"

A vida sorri e joga um guinéu de ouro. Depois, fecha a porta na escuridão.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Uma despedida


Pelotas ganha uma professora de música; despeço-me de uma amiga querida.

Minha amiga Lúcia parte para assumir seu lugar como professora da Universidade Federal em Pelotas. Fico aqui, vendo-a acenando no páteo do colégio, de olhos marejados e coração apertado.

Como é duro nos despojarmos, nos desapegarmos. Quero dizer: vá, Lúcia, seja muito feliz!, mas fico lembrando de momentos marcantes da nossa amizade, e sinto vontade de chorar como uma criança.

Depois de um longo suspiro convenço-me de que é uma grande oportunidade para ela, e de que os amigos são estas criaturas que deixam sua energia conosco por um tempo, e que, afinal, o mundo está ávido de pessoas bacanas, que possam iluminar outros cantos além do nosso quadrado, para citar uma música bastante popular por aqui neste verão.

Então é isso. Obrigada por tudo, Lúcia, e tudo de bom lá em Pelotas!

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Início de 2009


Nestes dias de retorno das festas percebo que estar na cidade remete-nos a inúmeras inquietações. A agitação tem um quê do retorno à vida cotidiana, com seus desafios. Exercito minha capacidade de manter aquecidas as metas do ano novo, com sua energia revitalizante e transformadora. Tenho feito também um exercício pela paz, nestes dias em que ouvimos lamentáveis histórias de guerra. Penso que a nossa passagem por esta vida é breve, afinal, e este é o grande mote para que vivamos em paz. Questões de território deveriam ser revistas à luz de que a propriedade é um conceito contratual, e não natural. Natural é o amor, a paz, o sentir-se saudável e à vontade dentro da própria pele e fora dela. Desejo um momento de reflexão e de benefício da dúvida àqueles que engendram a guerra. Que eles pensem em fraternidade e assumam a coragem de viver pela paz. Os céticos dirão que sou utópica. Mas é a utopia que move o ser humano para a superação de tudo aquilo que incomoda. Desejo aos leitores que a renovação do ano novo acompanhe todos os momentos, que haja coragem para transformar o que for preciso e para crescer, no caminho da intuição e da felicidade. Feliz 2009 a tod@s.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Madonna Mia!

Não sou fã. Confesso que o mau humor bateu forte e, na última hora, a única coisa que eu pensava era no porquê eu fui inventar uma coisa dessas. Segui assim para o Morumbi. Ao chegar na arquibancada lotada, tive a sensação de que simplesmente não conseguiria acompanhar o show. Afinal, fãs ardorosos tinham se dado ao trabalho de chegar ao estádio muito mais cedo do que eu. Não foi o que aconteceu. Não só vi, como me impressionei com o que vi. Tudo muito grandioso, muito colorido, muito coreografado, muito plástico e correto. Uma mistura de circo com quartel general: "que entrem as malabaristas recordistas em agachamentos, agora os palhaços marchadores, a mulher barbada-de-barriga-tanquinho, a jaula do leão fisioculturistaaaa!". Voz? Quase nenhuma. Mas com aquela disposição toda em surpreender e um fôlego sem fim quem é que precisa de voz? Acho que único momento de espontaneidade foi quando zombou da chuva (que não veio): "Quem foi que disse que iria chover? Eu queria ter do que reclamar!", disse a diva pop (que também é "rock", "metal"e "hip hop"). Eu também queria ter do reclamar. Mas para quem passou a infância toda ouvindo FM como eu, não posso negar que rolou uma certa emoção com coisas como Borderline, Express Yourself e Like a Prayer (a melhor, claro!). Como não sou muito chegada a circo (muito menos as forças armadas), provavelmente não volto. Mas a sensação de ver tudo pela primeira vez, não vou esquecer. Me joguei. E a-mei!

domingo, 7 de dezembro de 2008

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Pão com manteiga


São Paulo, 03 de dezembro de 2008, 23h52min.
Pão com manteiga
Hoje me deu vontade de escrever para agradecer... Agradecer ao Grande Criador... Agradecer também à Luísa... Agradecer às Magas... O porquê? No final desse texto talvez se compreenda... Bom, talvez no final não dê para entender... Talvez nem a própria Luísa ou as magas entendam... Mas, que ao menos recebam o meu “muito obrigado”!
Sábado fui convidado para um pocket show, porém, envolvido que estava com outras coisas, lamentavelmente não cheguei a tempo para a apresentação, mas apenas para o pão com manteiga (com direito a CD autografado).
Parei o carro na rua e desci apressado. Elas estavam ali reunidas, como verdadeira confraria.
À minha frente, que bom ver a doce Luísa entre suas amigas, em seu meio, com gostinho de Prosecco, os comentários, os sorrisos, a voz baixa.
Na minha diagonal direita, que bom ver a brilhante Maíra, sua voz peculiar e seu jeito contagiante, falando com animação, comentando, super chique, sobre gastronomia... Pensei comigo “será que essa menina sabe o quanto brilha?”
Sobre a terceira (last but not least) “Paula Coelha” no local, a distinta Diana, direi apenas que ela comia um pão com manteiga... Isso mesmo, sentada ao meu lado, ela comia um pão com manteiga... Por que frisar o pão com manteiga? Mais adiante se compreenderá...
Terça-feira. Saio para o trabalho com a pequena mala pronta. Depois do expediente um vôo para Belo Horizonte. Check-in, jantar, discussões, estratégias e especulações sobre o dia seguinte, fazer a barba, tomar um banho, pescar algumas notícias na TV, e o relógio alerta: 01h00minh.!
Seis da manhã o despertador, gravata, gel no cabelo, descer para o café...
Mas o que têm todas essas coisas a ver umas com as outras? Espero que se compreenda mais adiante...
Depois do café o check-out, os olhos ainda pesados pelo sono de cinco horas (e com interrupções) olham para a tela de plasma na recepção... Quem vejo? Entrevistando um cara, Diana na televisão, naquele famoso e respeitado canal de notícias. Quem? Diana, entrevistando um cara!
Despertei. Comentei com os colegas “Ei! Conheço essa menina!”. Pensei com minha cabeça de menino pensante que também pensa amenidades: “Como pode?! Hoje toda importante, na televisão (e eu que nunca conheci alguém que aparecesse na televisão), sábado ali comigo e as outras magas comendo pão com manteiga!?!
Senti vontade de agradecer. Vocês, magas, são demais!
Maíra, genial, talentosa, bem-humorada e brilhante, com um documentário na cabeça!
Luísa, fantástica, delicada e sensível, terminando seu mestrado, com texto a ser publicado no exterior!
Diana, perspicaz, distinta, aparece em um internacional e tradicional canal de notícias!
Charlotte, ainda não te conheço, mas você mora no exterior, então não preciso falar mais nada!
Mesmo sendo tudo isso, vocês, de forma extraordinária e notável, continuam cultivando e investindo em seu conteúdo, são bonitas e inteligentes sem perder a simplicidade, a sensibilidade e o lado humano.
Sou fã. Devia ter uma série inspirada em vocês...
Senti vontade de agradecer.
Obrigado, estimadas magas.
Obrigado, minha muito querida Luísa, por me oferecer e proporcionar, em pouco mais de uma semana, tanta coisa boa.
Don X.

domingo, 30 de novembro de 2008

O Não Dito...

"O amor deve ser lido instantaneamente. Não é uma brincadeira de esconde-esconde". A frase tirada do livro "As Damas do Vento", do ator e cineasta Bernard Giraudeau, resume a lógica do livro. Um discurso sobre o amor que é exposto poeticamente, mas em demasia. Onipresente e Onipotente, esse amor se esgota quando preso a verborragia do francês. É pesado demais, denso demais, mesmo que transfigurado por frases de efeito e belas estruturas poéticas. Talvez, o fato do escritor ser cineasta explique o esfoço de dar uma forma ou visibilidade a um sentimento tão abstrato. O que esquece é que o amor não precisa ser explicitado para ser compreendido. Os italianos parecem ter percebido isso melhor do que os franceses. No livro SEDA, de Alessandro Baricco, o amor não é citado uma única vez. E ao mesmo tempo aparece de forma gloriosa, mas sutil. É um livro que privilegia o silêncio. O que não é dito. O que não é sequer imaginado. E ali ele está. Lindamente descrito sem ser sequer chamado. Os dois livros, curiosamente, são ambientados em outras culturas: "As Damas do Vento, na África e América do Sul e Seda no Japão. Talvez, por perceberem que dentro de nosso próprio contexto as distâncias parecem ainda maiores do que as distâncias espaciais. Ou, porque o Outro radical pode ser a melhor forma de entender o que se passa entre duas pessoas numa relação amorosa. Mas, se as personagens vagueiam pelas mesmas fomes, carências e busca de sentido para a vida, são os espaços e os silêncios usados com maestria por Baricco, que transformam a narrativa num reflexo de diversas vidas. São essas lacunas, os constrangimentos, os amores escondidos que tornam esse livro tão especial, sintetizando o silêncio de diversas vozes. Barrico não banaliza o amor. Ele não quer defininí-lo ou entendê-lo. Ele é apenas um fato. Algo que acontece e deve é experimentado, ainda que muitas vezes não seja compreendido. O autor não cede à tentação de estigmatizá-lo. É um texto para ser lido nas entrelinhas e saboreado por quem já viveu o vazio do não-dito.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Quando a Idade Chega

Hoje conversava com um amigo que não falava há algum tempo e, dentre os planos que eu disse que fazia para mim mesma, estava o mestrado. Ele educadamente me alertou que eu uso desse discurso há muito mais de cinco anos (ou seja, desde que nos conhecemos) e me disse - não com essas palavras é claro - que nunca movi uma palha para colocar o plano em prática. Ou seja, em poucos minutos de conversa, me dei conta que tenho sonhos que desde sempre não saem do papel. E que eu não faço nada, absolutamente nada, para mudar isso. E que não estou contente!!! Resumindo, acho que a idade chegou. E isso não tem nada (tá, tem um pouco, vai) a ver com os meus 30 e poucos anos. Véééia!!!!

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Os melhores amigos do zodíaco



Talvez seja mera coincidência, mas entre meus amigos mais animados encontra-se uma querida trupe de sagitarianos e sagitarianas. São aquelas pessoas que queremos próximas na mesa de um barzinho, de um café ou de um restaurante, falando com intensidade da vida, da existência no planeta, do capitalismo e do socialismo, ou simplesmente do último modelito das vitrines. Com elas e eles queremos ver os filmes mais polêmicos, as exposições mais aclamadas, os seminários mais candentes, os espetáculos de dança mais emocionantes, as peças de teatro mais cabeças. Com eles e elas queremos debater sobre os livros sérios e os da moda. Queremos falar no nosso trabalho, dos nossos corações, dos nossos pais e até mesmo dos nossos vizinhos. Na presença de um sagitariano ou de uma sagitariana qualquer festa fica divertida. Meus amigos e minhas amigas sagitarianas sempre têm uma escuta atenta, uma observação espirituosa e um comentário inteligente e divertido a respeito dos mais variados assuntos. Dinâmicos, bem humorados, de bem com a vida. São companhias para se ter ao lado, mesmo que meus amigos e as minhas amigas sagitarianas estejam cada vez mais distantes, no tempo e no espaço. Escrever estas poucas linhas é rememorar um pouco de cada um, de conversas singelas e tocantes, de conversas profundas e divertidas. Um beijo Charlotte, Stela, Tâmara, Bio, Georgia, Helena. Cada uma de vocês acompanhou momentos diversos da minha vida, trazendo toda sua alegria e espirituosidade ao meu mundo. Um beijo de gratidão e saudades!

Heartless

Quando "Crazy" estourou estava em Nova York. Lembro da Alê dizendo que amava uma música que não parava de tocar nas rádios. Lembro de Fabian e eu tentando descobrir qual era na base do "lálálá" dela. Lembro ainda do Fabian dizendo que era uma das melhores músicas do ano e que os caras eram muito criativos. E lembro também do meu - óbvio - mau humor discordando completamente de tudo. No fim, acho que eles estavam certos. O Gnarls Barkley ("the odd couple") foi ganhando mais e mais o meu respeito. "Reckoner", do Radiohead, com Cee-Lo cantando é um desespero só. "Crazy" tem uma base que dá vontade de voar. Dê uma olhada nessa faixa aí embaixo. A música é de doer e o clipe mistura, na medida, toda a tristeza e o ridículo que envolve um pé na bunda. O diálogo é muuuito bom, espero que você possa entender. Música e clipe são uma boa tradução daqueles momentos em que perdemos o chão (floorless) e, principalmente, o coração (heartless). Seria legal se o humor não perdêssemos nunca.