"O rap, assim como o pagode, é um ritmo mais comum entre as pessoas de classe social mais baixa". (Wikipédia). A frase, uma das definições contidas na enciclopédia livre eletrônica, dá uma boa noção da polêmica que envolve o que outrora foi denominado "ritmo e poesia". Então, tá. Rap é coisa de pobre e (oops, eu disse!) preto? De gente de um mundo bizarro, que solta um "cerrrto, mano" a cada meia frase e que sonha com carrões e mulherada - ou com um macho cheio de correntes pra chamar de seu? Bem, basicamente, sim.
E não.
E não.
Não me lembro a primeira vez que ouvi um rap. Lembro apenas que tinha absoluta consciência de que era algo que nunca, jamais, em hipótese alguma, seria tocado nas festinhas do colégio da vida toda, na Vila Mariana. Mas que era o som ouvido mais e mais nas festinhas promovidas pelos filhos dos amigos da família e nos lugares em que essa galera frequentava junta. Naquelas festas, o bailinho - sorry, eu tenho mais de 30 - era dançado ao som de Don't Dream It's Over, do Crowded House. Nestas, a troca de vassouras se dava ao som de I Wanna Be Your Man, do Zapp. Ok, ok, unidos pelo brega. Mas, tem noção???
O rap profissional, dono da grana hoje, é constrangedor. Por causa dele, eu tive de resgatar um cd esquecido no carro de um ex porque algumas letras davam vergonha, juro! Confesso que ver esses gringos fantasiados, cantando no meio de duas bundas - uma de cada lado do vídeo - me dá um pouco de preguiça. Assim como alguns brazucas raivosos e sexistas. Afe!
Mas existe coisa boa por aí. E isso até o fofo do Michel Gondry - aquele de Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças - sabe. Dá uma olhada num documentário chamado Dave Chappelle's Block Party. Esqueça as bobagens do "comediante" Chappelle e tente ouvir gente como Erykah Badu, Jill Scott, Lauryn Hill, Mos Def, The Roots, Common, Talib Kweli e Dead Prez de mente aberta. Ou não.
Brown Sugar, um filme de 2002 que você não viu e que foi febre entre a galera que gosta de rap, tem encontros e desencontros pontuados por uma única frase: "When did you first fall in love with Hip Hop?"
No meu caso, tentar adivinhar elementos de músicas que ouço desde bebê em outras, mais modernas e cheias de energia, é diversão pura. Saber de cor e a quatro vozes (lembra, Fê?) a letra de Voz Ativa, também. Ou descobrir, aos 14, que Elvis não era um herói nem pra mim nem pra ninguém de um lugar chamado Brooklin, em Nova York, num verão de 89, simplesmente não tem preço.
Brown Sugar, um filme de 2002 que você não viu e que foi febre entre a galera que gosta de rap, tem encontros e desencontros pontuados por uma única frase: "When did you first fall in love with Hip Hop?"
No meu caso, tentar adivinhar elementos de músicas que ouço desde bebê em outras, mais modernas e cheias de energia, é diversão pura. Saber de cor e a quatro vozes (lembra, Fê?) a letra de Voz Ativa, também. Ou descobrir, aos 14, que Elvis não era um herói nem pra mim nem pra ninguém de um lugar chamado Brooklin, em Nova York, num verão de 89, simplesmente não tem preço.
10 comentários:
Lady Di, priceless é esse monte de informação bacana. Adorei! De tudo, só conheço Mos Def. Já é um começo, né? Beijo!
sorry mas noa pode faltar nesse ótimo post:
"I used to love her"
http://www.youtube.com/watch?v=Y12YgEIFcAY
em letra e vídeo (pra ver, ouvir e traduzir, trilha (e inspiração?) do filme citado)
Verse one:
I met this girl, when I was ten years old
And what I loved most she had so much soul
She was old school, when I was just a shorty
Never knew throughout my life she would be there for me
Ont he regular, not a church girl she was secular
Not about the money, no studs was mic checkin her
But I respected her, she hit me in the heart
A few new york niggaz, had did her in the park
But she was there for me, and I was there for her
Pull out a chair for her, turn on the air for her
And just cool out, cool out and listen to her
Sittin on a bone, wishin that I could do her
Eventually if it was meant to be, then it would be
Because we related, physically and mentally
And she was fun then, Id be geeked when shed come around
Slim was fresh yo, when she was underground
Original, pure untampered and down sister
Boy I tell ya, I miss her
Verse two:
Now periodically I would see
Ol girl at the clubs, and at the house parties
She didnt have a body but she started gettin thick quick
Did a couple of videos and became afrocentric
Out goes the weave, in goes the braids beads medallions
She was on that tip about, stoppin the violence
About my people she was teachin me
By not preachin to me but speakin to me
In a method that was leisurely, so easily I approached
She dug my rap, thats how we got close
But then she broke to the west coast, and that was cool
Cause around the same time, I went away to school
And Im a man of expandin, so why should I stand in her way
She probably get her money in l.a.
And she did stud, she got big pub but what was foul
She said that the pro-black, was goin out of style
She said, afrocentricity, was of the past
So she got into r&b hip-house bass and jazz
Now black music is black music and its all good
I wasnt salty, she was with the boys in the hood
Cause that was good for her, she was becomin well rounded
I thought it was dope how she was on that freestyle shit
Just havin fun, not worried about anyone
And you could tell, by how her titties hung
Verse three:
I mightve failed to mention that the shit was creative
But once the man got you well he altered the native
Told her if she got an energetic gimmick
That she could make money, and she did it like a dummy
Now I see her in commercials, shes universal
She used to only swing it with the inner-city circle
Now she be in the burbs lickin rock and dressin hip
And on some dumb shit, when she comes to the city
Talkin about poppin glocks servin rocks and hittin switches
Now shes a gangsta rollin with gangsta bitches
Always smokin blunts and gettin drunk
Tellin me sad stories, now she only fucks with the funk
Stressin how hardcore and real she is
She was really the realest, before she got into showbiz
I did her, not just to say that I did it
But Im committed, but so many niggaz hit it
That shes just not the same lettin all these groupies do her
I see niggaz slammin her, and takin her to the sewer
But ima take her back hopin that the shit stop
Cause who Im talkin bout yall is hip-hop
Gosto da lagartixa na parede. rs.
Adooorei esse texto, querida. Afinal, Senso Incomum também é cultura... Já posso dizer para um garotinho que eu conheço que "sim, o Elvis já morreu"!!!!!
Red,
É um começo muito meia boca.
Mas como você não só gostou do
post, como ainda lembrou que eu sou uma princesa, tá perdoado!
Conflict,
Quem é você?
Lu,
Tô rindo de lembrar da lagartixa..
E Maíra,
Sim, diga a ele que Elvis morreu, mas vc tá vivinha...;-)
Diana, você é tão esnobe - "meia boca". Quando eu te encontrar, você verá o que é meia boca. Em Paraty, Priceless, MOS(trarei) DE F(ato) quem é meia boca. Beijo de boca!
um navegante a deriva que adora pescar conhecimentos e dividi-los depois...pq?
Conflict,
Já estamos fazendo até bolão para descobrir sua identidade secreta...rsrsrsrssrsr
Cada dia que passa fico mais orgulhosa e feliz de ver como vc escreve bem!
"Eu tenho algo a dizer e explicar pra vc mas não garanto porém que engraçada serei desta vez"!!! (não sei se consigo rs). Adorei o q vc disse porém tenho que me entregar no momento escuto Chris brown e saio com um cara que toca funk na balada (descobri ontem), fim de carreira? ou apenas uma carreira bem diferente da sua? T Amo!!
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