segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Je Ne Regrette Rien

No último domingo, de uma tacada só conferi "Piaf", "Desejo e Reparação" e "A Vida Secreta das Palavras". Os três juntos, assim, um atrás do outro, não recomendo para corações mais frágeis. Eu, que acionei o "circuit breaker" do meu, levei tudo numa boa.
Os três filmes são bonitos, cada um a sua maneira. A interpretação impecável, a história de vida inacreditável e as canções do primeiro formam um conjunto triste e muito, muito bonito. O segundo, um filmão de época com aqueles sentimentos exagerados, tem uma ótima fotografia e um jogo com as cenas (do tipo que você se pergunta, "mas foi isso mesmo que eu vi?") bem interessante. Enfim, um bom casamento com a história de McEwan. O último (sugestão de Sérgio) é da produtora de Almodóvar e eu bem que acabei vendo um pouco dele não só em caras conhecidas, mas também na trilha sonora e aqui e ali (ok, pode ser que viajei). O filme, porém, tem outro registro. É contido e claustrofóbico, tenso e delicado. Contém o impossível e todas as possibilidades, daí a beleza.
Encerrada a sessão tripla, a sensação que eu tive é que o horror, nos seus mais variados graus, embota a possibilidade de amar. Mas não a extingue.

P.S.: Pensei até em postar Piaf cantando aqui. Mas, pensando bem, não sou tão forte assim....

6 comentários:

Redneck disse...

Ai! Você escreve de uma forma que chega dói! Vou fazer como o novo co-locatário da amiga canadense de La Voyageuse: desmanchar-me em lágrimas, debulhadas e debruadas, tanto no registro de Piaf quanto no de McEwan. Beijo!

Luísa disse...

Talvez a capacidade de amar seja o que temos de mais inato e natural. Quando amamos, quando conseguimos amar além de nossas crenças e idéias pré-concebidas somos levados a um estado de plenitude natural. Talvez seja por isso que nem mesmo o horror pode nos tirar a capacidade de amar. Lembrei de um outro filme, que vi recentemente, "Ensaio sobre a cegueira". A despeito de todo o horror a capacidade de amar está intacta, embora adormecida. E ela desperta ao mais suave toque, quando encontra a humanidade no outro. "Je ne regrette rien" continua sendo um hino ao amor, mas foi bom você ter evitado as lágrimas de todos nós.
Em tempo, obrigada pelas dicas dos filmes. Saudades suas.

Anônimo disse...

Ela nao é minha amiga, ta!!!!!!

Anônimo disse...

O amor é uma ilusão.
Acredito apenas nas paixões.

Diana disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Diana disse...

Ai, anônimo (a),
Eu já fui mais cética.
Hoje, quase nada sei.
Só sinto.