Ontem fiquei com medo da Piaf. Eu sei, é ridículo, mas, eu tenho de admitir, aconteceu! Sabe aquele começo de sono tumultuado em que uma imagem, digamos, mal colocada, atrapalha tudo e você, depois, custa a pegar no sono novamente? Então, acho que por influência do meu post anterior fui dormir com a imagem dela na minha cabeça, no fim da vida, com aquele cabelo acaju horroroso e aquela boca de palhaço e, pimba, perdi o sono! Bom, se isso já não bastasse, acordei com o meu olho direito - que ontem já doía - completamente inflamado. Toco para o oftalmologista, ela me dá pomada, diz que não é nada demais (ou seja, nem um diazinho em casa eu preciso ficar), e me recomenda uma semana sem lentes. Meu jesus, quem me conhece sabe que meus óculos parecem uma lupa! (Podem anotar, aquele gaaaato vai me chamar pra sair nos próximos dias). Por fim, chego à redação e um entrevistado me dá um abraço tão, mas tão forte, que eu fico o dia todo com o cheiro (enjoativo, pra ser delicada) do perfume dele em mim. Sabe aqueles dias em que nada de muito ruim acontece, mas também nada de bom? Gente, o que é isso?
terça-feira, 30 de setembro de 2008
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
Je Ne Regrette Rien
No último domingo, de uma tacada só conferi "Piaf", "Desejo e Reparação" e "A Vida Secreta das Palavras". Os três juntos, assim, um atrás do outro, não recomendo para corações mais frágeis. Eu, que acionei o "circuit breaker" do meu, levei tudo numa boa.
Os três filmes são bonitos, cada um a sua maneira. A interpretação impecável, a história de vida inacreditável e as canções do primeiro formam um conjunto triste e muito, muito bonito. O segundo, um filmão de época com aqueles sentimentos exagerados, tem uma ótima fotografia e um jogo com as cenas (do tipo que você se pergunta, "mas foi isso mesmo que eu vi?") bem interessante. Enfim, um bom casamento com a história de McEwan. O último (sugestão de Sérgio) é da produtora de Almodóvar e eu bem que acabei vendo um pouco dele não só em caras conhecidas, mas também na trilha sonora e aqui e ali (ok, pode ser que viajei). O filme, porém, tem outro registro. É contido e claustrofóbico, tenso e delicado. Contém o impossível e todas as possibilidades, daí a beleza.
Encerrada a sessão tripla, a sensação que eu tive é que o horror, nos seus mais variados graus, embota a possibilidade de amar. Mas não a extingue.
P.S.: Pensei até em postar Piaf cantando aqui. Mas, pensando bem, não sou tão forte assim....
Os três filmes são bonitos, cada um a sua maneira. A interpretação impecável, a história de vida inacreditável e as canções do primeiro formam um conjunto triste e muito, muito bonito. O segundo, um filmão de época com aqueles sentimentos exagerados, tem uma ótima fotografia e um jogo com as cenas (do tipo que você se pergunta, "mas foi isso mesmo que eu vi?") bem interessante. Enfim, um bom casamento com a história de McEwan. O último (sugestão de Sérgio) é da produtora de Almodóvar e eu bem que acabei vendo um pouco dele não só em caras conhecidas, mas também na trilha sonora e aqui e ali (ok, pode ser que viajei). O filme, porém, tem outro registro. É contido e claustrofóbico, tenso e delicado. Contém o impossível e todas as possibilidades, daí a beleza.
Encerrada a sessão tripla, a sensação que eu tive é que o horror, nos seus mais variados graus, embota a possibilidade de amar. Mas não a extingue.
P.S.: Pensei até em postar Piaf cantando aqui. Mas, pensando bem, não sou tão forte assim....
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
Coisas Que Aprendi Na Campanha....
- Organização é um santo remédio;
- Manda quem pode, obedece quem não tem juízo;
- Quem sabe faz a hora e a equipe de TV que se f....
- Cada militante tem o companheiro que merece;
- Mais vale uma câmera na mão, do que duas que não funcionam;
- Há mais mistérios entre um pagamento e outro do que pode supor nossa vã filosofia...
- Manda quem pode, obedece quem não tem juízo;
- Quem sabe faz a hora e a equipe de TV que se f....
- Cada militante tem o companheiro que merece;
- Mais vale uma câmera na mão, do que duas que não funcionam;
- Há mais mistérios entre um pagamento e outro do que pode supor nossa vã filosofia...
terça-feira, 23 de setembro de 2008
Genuinamente feliz
www.danadesigngroup.net/images/Sunflower-Fiel...
Desde há algum tempo minha felicidade vinha sendo comedida, como se meu corpo e meu espírito pudessem apenas sustentar instantes de epifanias. Assim, de uma suave melancolia via nascer momentos de lirismo. Ultimamente nutro uma confiança maior no belo, e reconheço uma felicidade mais intensa, que nasce no centro do corpo e extravasa pelos poros, irradia pelo olhar e salta num sorriso desses com os quais convivíamos na infância. Neste estado natural as palavras são como acordes soltas no ar, emoldurando a cena. É verdade que os momentos de felicidade intensa são fugazes, e algumas sombras vagueiam pela mente de quando em quando. Mas este momento é precioso, e descortina o manancial de energia do que somos em essência.
sábado, 20 de setembro de 2008
Despertar
terça-feira, 16 de setembro de 2008
"Ninguém pode conviver sozinho com a beleza que é capaz de perceber. E quanto a nós, que buscamos o Absoluto, e que construímos um jardim usando a nossa própria solidão, a Vida nos deixou a imensa paixão para aproveitar cada instante, com toda a intensidade."
Gibran Kahlil Gibran (1883-1931)
www.starnews2001.com.br/kahlil/museu_gibran.htm
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
Com a Palavra Fernando Pessoa...
Acenderam as luzes, cai a noite, a vida substitui-se.
Seja de que maneira for, é preciso continuar a viver.
Arde-me a alma como se fosse uma mão, fisicamente.
Estou no caminho de todos e esbarram comigo.
Minha quinta na província,
Haver menos que um comboio, uma diligência e a decisão de partir entre mim e ti.
Assim fico, fico... Eu sou o que sempre quer partir,
E fica sempre, fica sempre, fica sempre,
Até à morte fica, mesmo que parta, fica, fica, fica...
Indícios da Primavera
É inegável que desde há algumas poucas semanas a primavera vêm mostrando suas bênçãos na cidade de São Paulo, na exuberância de suas flores ao ritmo de sua encantadora passarada.
Sempre tive um amor declarado pelos ipês e devo confessar que geralmente meu encantamento pende para os roxos, exóticos e portadores de um quê quase celestial.
Neste indício quase início de primavera tenho me sentido irresistivelmente atraída pelos ipês amarelos, em sua explosiva simplicidade. Ambos continuam animando meus olhares nos caminhos diurnos que percorro, rompendo, vitoriosos, a monotonia da paisagem que pulsa na arquitetura paulistana. Por pura ignorância não cito as outras árvores e flores que proliferam nos canteiros e jardins das casas, no meio-fio, nos parapeitos das janelas. Com elas vêm os pássaros, cujos cantos acolhem meu despertar desde a infância quando pairava, absorta, na sala de aula, buscando o que acontecia janela afora, no jardim, com mais avidez e interesse do que as recomendações da dedicada professora sem quem, aliás, não escreveria linha alguma.
Esse lado idílico dos meus anseios se intensificou na adolescência, quando encontrei a poesia de Alberto Caeiro, e ganhou contornos mais fortemente esculpidos em minhas poucas mais significativas incursões em ambientes ainda não tocadas pela fluidez descontínua da lógica urbana.
Neste indício de primavera reconheço em mim indícios de consolidação de uma primavera interna, por assim dizer. Sem abandonar os arroubos de encantamento que as flores (ainda que descuidadas!) da minha casa me provocam ao florescer, algo em mim vibra numa sinfonia composta de delicadeza, pincelada de alguamas sombras, é verdade, mas no tom da naturalidade.
Enquanto estamos no alvorecer da primavera nossos contemporâneos do hemisfério norte estão vivendo o início do outono. Penso nas pessoas queridas que estão mundo afora ou em trânsito, e desejo dizer ainda algumas palavras. Desejo à Charlotte um outono repleto de reflexões e de saudável recolhimento ao sabor do vento resfriante do norte. Ao meu amigo em terras italianas desejo um outono poético e marcado por alegres inquietudes. Este post longo acompanha também votos de boa viagem a um querido amigo que parte para uma breve viagem à Europa neste fim de semana. Desejo-lhe uma viagem de silêncio e evanescências, e um retorno feliz a uma São Paulo embuída da primavera.
Sobre Porcos, Batom e Outras Coisas Sem Sentido
Como explicar o sucessor de Bush à frente nas pesquisas eleitorais por quase 2 pontos porcentuais? Fui longe demais ao acreditar que Obama bateria McCain?
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
Coisas de Mulher
No site do Yahoo, hoje, uma matéria da agência EFE: "Cada vez mais mulheres colecionam ex-parceiros". Acima da chamada, uma foto de uma mulher bem bonita com um cara triste de dar dó. O texto começa apresentando os números crescentes de divórcios no mundo para, logo em seguida, emendar: "Após esses dados, a idéia de que o conto de fadas existe muitas vezes parece mentira". Gente, como assim a idéia do conto de fadas PARECE mentira???!!!!!!
Não sei se foi a falta de respeito no trabalho (onde, às vezes, é preciso ser macho para ser ouvido e respeitado), ou a lembrança de um amigo que teve a coragem de me dizer que não se interessava muito pelo blog porque era um blog de mulher (sic). Mas o fato é que a matéria me enfureceu.
Não sou lunática e sei, sim, que está cheio de mulher louca pra colocar uma grinalda na cabeça e fazer os pratos para o primeiro mané que aparecer disposto (ou não) a abrir portas de carros e pagar contas. Assim como tem um monte de homem que se sente na obrigação de contrair matrimônio, mas tem certeza de que vai encontrar diversão até mesmo no dentista - nunca dentro de casa.
Mas e todo o resto que não se enquadra em nada disso?
Ter filhos, não ter, ir para a África trabalhar com voluntariado, sonhar com um marido ou uma "marida", se encerrar num convento, estudar ciência política ou dar o golpe num milionário, enfim, tudo isso não está escrito em pedra e faz parte de escolhas individuais, pactos entre duas (ou mais) pessoas, contingências e não permanências.
Não sei se foi a falta de respeito no trabalho (onde, às vezes, é preciso ser macho para ser ouvido e respeitado), ou a lembrança de um amigo que teve a coragem de me dizer que não se interessava muito pelo blog porque era um blog de mulher (sic). Mas o fato é que a matéria me enfureceu.
Não sou lunática e sei, sim, que está cheio de mulher louca pra colocar uma grinalda na cabeça e fazer os pratos para o primeiro mané que aparecer disposto (ou não) a abrir portas de carros e pagar contas. Assim como tem um monte de homem que se sente na obrigação de contrair matrimônio, mas tem certeza de que vai encontrar diversão até mesmo no dentista - nunca dentro de casa.
Mas e todo o resto que não se enquadra em nada disso?
Ter filhos, não ter, ir para a África trabalhar com voluntariado, sonhar com um marido ou uma "marida", se encerrar num convento, estudar ciência política ou dar o golpe num milionário, enfim, tudo isso não está escrito em pedra e faz parte de escolhas individuais, pactos entre duas (ou mais) pessoas, contingências e não permanências.
A mim, ter vários ex-namorados está looonge de ser algo ruim. E a possibilidade do divórcio (pelo menos enquanto as pessoas se casarem), me parece tão necessária quanto o direito da mulher sobre o seu próprio corpo, a igualdade racial, o reconhecimento da multiplicidade sexual ou o voto universal. Dã.
Achar que o normal é que todo mundo queira se casar aos 25, ter um menino e duas meninas, um plano de saúde e um carro conversível na garagem só vale até os 10 anos de idade. Depois, fica estranho, tá?
Enquanto esse mundo ainda estiver dividido entre homens e mulheres, eu posso dizer que eu, enquanto mulher, me interesso por relacionamentos, sapatos, política, outras culturas, música e literatura, dentre outras várias coisas. Não necessariamente nessa ordem.
terça-feira, 9 de setembro de 2008
Para Esquentar
Para esquentar essa noite fria, prenuncio do outono por aqui, musica em homenagem a nos, garotas super poderosas.
domingo, 7 de setembro de 2008
Vinho Argentino e Melissa Vermelha
A vida pode ser leve. Pode ser fácil. Pode ser mágica. Numa mesma semana entre a frustração e a alegria, decidi ficar com o devaneio da última. Brinquei de adulta de segunda à sexta para dormir como criança no sábado. Uma semana massacrante, opressora, insuportável que se desfez com uma taça de vinho argentino. Entre piadas e histórias com "H", o desejo de ser feliz. De não me perder nessa rotina nefasta de trabalho e obrigações. Uma noite leve depois de uma semana imensurável. A sensação de embriaguez e por que não dizer de liberdade? Como se de repente todas as adversidades perdessem o sentido diante das situações ridículas que o destino nos impõe. Deliciosamente ridículas. O tom jocoso, a bebida descendo leve, a risada livre entre amigos. O que há de melhor? Libertar-se das amarras, dos complexos, da tirania nossa de cada dia. Salvei minha semana e espero salvar a minha vida. Que flua por entre os instantes. Que cresça na epopéia dos momentos banais. Que nasça do limbo, das ruas. Do canto das sereias ou simplesmente da gargalhada compartilhada com os amigos. Sinto finalmente que o martírio não precisa fazer parte da minha vida. Quero jogar fora o peso que dou para as coisas e construir algo novo na minha rotina. Surgindo da noite de um sábado num restaurante qualquer. Encontrar com pessoas que são você ao avesso e que revelam uma imagem mais generosa, um reflexo mais doce da realidade. Um Narciso lúdico que ri de si mesmo. E é essa a grande questão. Descobrir no dia-a-dia a suavidade ou ao menos um pouco de beleza. Nem que seja através de uma taça de vinho ou de uma melissinha vermelha presa num altar.
sábado, 6 de setembro de 2008
quarta-feira, 3 de setembro de 2008
Você Tem Medo de Quê?
Há algumas noites um amigo que me deixava em casa já tarde da noite dava uma de engraçadinho tentando me assustar com possíveis fantasmas noturnos. Ele percebeu uma espécie de buraco na parede da minha casa - do qual eu nunca tinha me dado conta - e disse que aquilo era estranho e que eu poderia ser atacada por seres bizarros e tal. Ali naquele contexto a coisa tinha graça. O que não tem graça são esses fantasmas da vida real. Os imaginários eu lido numa boa, mas os reais me dão calafrios. E não é justo que um desses fantasmas reapareça do nada - justamente depois que você conseguiu exorcizá-lo -, esperando boas-vindas. Sai de mim! É preciso que esse tipo de assombração reconheça que até os gestos mais tresloucados precisam de um pouco de reflexão. Porque tudo se desenrola e, mais pra frente, você pode desejar ter uma boa relação com alguém que você destratou um bocado. Mais uma vez eu reafirmo a minha crença: as pessoas deveriam ter mais cuidado ao pausar relações - sejam elas de qualquer espécie. E um pedido sincero de desculpas, como diz minha mãe, não entorta a boca de ninguém. Pelo contrário, pode consertar muita coisa.
Uma noite de sons e sentidos
Ontem fui, acompanhada de dois queridos amigos, ao recital Johannes Brahms ouvir minha amiga Lucia Cervini e seu amigo Horácio Gouveia ao piano. Brincamos que eu escreveria uma crítica sobre a apresentação. Acho que ficaria mais ou menos assim,
Os artistas, pianistas e cantores, nos transportam para o universo da imaginação e do êxtase que a música comunica. Somos levados a rir com o dueto do casal empolgado, surpreender-nos com um misto de temor e fascínio com o cântico da bruxa e sua filha, e experimentar o sentimento de profunda devoção com a “Canção Séria”. As valsas tocadas a quatro mãos nos levam para o reino do fantástico, em que habitantes sublimes nos conduzem de volta ao presente, ao brilho sem limite; assistimos seres humanos iluminados trazerem clarão às vidas de sua platéia encantada. Sustentadas pelas notas vibrantes, doces, alegres e profundas a platéia comunica sua gratidão pela vida e pelo encontro de almas. Por fim os cantores retornam ao palco e ouvimos as agruras e encantamentos das canções de amor. Uma ode às musas faz com que agradecemos, em sintonia com Goethe, ao invisível mundo dos arquétipos abençoadores da arte.
Os artistas, pianistas e cantores, nos transportam para o universo da imaginação e do êxtase que a música comunica. Somos levados a rir com o dueto do casal empolgado, surpreender-nos com um misto de temor e fascínio com o cântico da bruxa e sua filha, e experimentar o sentimento de profunda devoção com a “Canção Séria”. As valsas tocadas a quatro mãos nos levam para o reino do fantástico, em que habitantes sublimes nos conduzem de volta ao presente, ao brilho sem limite; assistimos seres humanos iluminados trazerem clarão às vidas de sua platéia encantada. Sustentadas pelas notas vibrantes, doces, alegres e profundas a platéia comunica sua gratidão pela vida e pelo encontro de almas. Por fim os cantores retornam ao palco e ouvimos as agruras e encantamentos das canções de amor. Uma ode às musas faz com que agradecemos, em sintonia com Goethe, ao invisível mundo dos arquétipos abençoadores da arte.
segunda-feira, 1 de setembro de 2008
Pensamento do Dia
O que fazer quando se tem divergências importantes e convergências deliciosas com a mesma pessoa?
Paisagens do silêncio
O teatro da Galeria Olido é amplo e aconchegante. As luzes se apagam. Duas bailarinas e um bailarino estão no palco quando a iluminação retorna. A densidade do silêncio se desenrola em volumes, sustentada pela música singela. O espetáculo de Sandro Borelli, "Produto Perecível", é singelo e tocante. Estou encantada com a percepção do tempo que os bailarinos comunicam, suave e circular, contínuo. São emanações do contato silencioso e atento. A música sustenta os grandes movimentos, e tudo volta para o chão, onde a conversação silenciosa se desenrola. O movimento finda com a sensação de continuidade, tudo muito tranqüilo.
Armando Aurich sobe ao palco para apresentar sua coreografia. Dou-me conta do meu fascínio pela dança. Não apenas pela possibilidade de lançar-me no espaço em busca de percepções multidimensionais do movimento, mas também pelo que ela comunica quando sou espectadora. Em poucos minutos o bailarino comunica diferentes estados psíquicos, intensamente e claramente. Seus movimentos são ao mesmo tempo intensos e contidos. São de uma expansão profunda, é todo o seu ser que se movimenta, sua mente e corpo e não apenas seus aparelho locomotor. Estou fascinada com a energia que está no ar, integradora e obstinada.
2 Reflexos é o último espetáculo da noite, de Mariana Muniz. As duas bailarinas comunicacam a incomunicabilidade, a fragmentação dos gestos e a busca cega pelos sentidos de si. O figurino é pesado, e vai organizando os movimentos assumindo uma quase nudez. Janelas surgem em imagens aos fundos, é a própria cidade que está nos corpos e seu movimento.
Os espetáculos saíram de cartaz ontem (domingo 31 de agosto). Contudo, fiquei tão tocada e o desejo de expressá-lo em palavras foi tão grande que não resisti.
http://www.youtube.com/watch?v=z_iknXgC30c
foto de Silvia Machado em http://www.baledacidade.com.br/coreografias/meta-sensorias.asp
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