No site do Yahoo, hoje, uma matéria da agência EFE: "Cada vez mais mulheres colecionam ex-parceiros". Acima da chamada, uma foto de uma mulher bem bonita com um cara triste de dar dó. O texto começa apresentando os números crescentes de divórcios no mundo para, logo em seguida, emendar: "Após esses dados, a idéia de que o conto de fadas existe muitas vezes parece mentira". Gente, como assim a idéia do conto de fadas PARECE mentira???!!!!!!
Não sei se foi a falta de respeito no trabalho (onde, às vezes, é preciso ser macho para ser ouvido e respeitado), ou a lembrança de um amigo que teve a coragem de me dizer que não se interessava muito pelo blog porque era um blog de mulher (sic). Mas o fato é que a matéria me enfureceu.
Não sou lunática e sei, sim, que está cheio de mulher louca pra colocar uma grinalda na cabeça e fazer os pratos para o primeiro mané que aparecer disposto (ou não) a abrir portas de carros e pagar contas. Assim como tem um monte de homem que se sente na obrigação de contrair matrimônio, mas tem certeza de que vai encontrar diversão até mesmo no dentista - nunca dentro de casa.
Mas e todo o resto que não se enquadra em nada disso?
Ter filhos, não ter, ir para a África trabalhar com voluntariado, sonhar com um marido ou uma "marida", se encerrar num convento, estudar ciência política ou dar o golpe num milionário, enfim, tudo isso não está escrito em pedra e faz parte de escolhas individuais, pactos entre duas (ou mais) pessoas, contingências e não permanências.
Não sei se foi a falta de respeito no trabalho (onde, às vezes, é preciso ser macho para ser ouvido e respeitado), ou a lembrança de um amigo que teve a coragem de me dizer que não se interessava muito pelo blog porque era um blog de mulher (sic). Mas o fato é que a matéria me enfureceu.
Não sou lunática e sei, sim, que está cheio de mulher louca pra colocar uma grinalda na cabeça e fazer os pratos para o primeiro mané que aparecer disposto (ou não) a abrir portas de carros e pagar contas. Assim como tem um monte de homem que se sente na obrigação de contrair matrimônio, mas tem certeza de que vai encontrar diversão até mesmo no dentista - nunca dentro de casa.
Mas e todo o resto que não se enquadra em nada disso?
Ter filhos, não ter, ir para a África trabalhar com voluntariado, sonhar com um marido ou uma "marida", se encerrar num convento, estudar ciência política ou dar o golpe num milionário, enfim, tudo isso não está escrito em pedra e faz parte de escolhas individuais, pactos entre duas (ou mais) pessoas, contingências e não permanências.
A mim, ter vários ex-namorados está looonge de ser algo ruim. E a possibilidade do divórcio (pelo menos enquanto as pessoas se casarem), me parece tão necessária quanto o direito da mulher sobre o seu próprio corpo, a igualdade racial, o reconhecimento da multiplicidade sexual ou o voto universal. Dã.
Achar que o normal é que todo mundo queira se casar aos 25, ter um menino e duas meninas, um plano de saúde e um carro conversível na garagem só vale até os 10 anos de idade. Depois, fica estranho, tá?
Enquanto esse mundo ainda estiver dividido entre homens e mulheres, eu posso dizer que eu, enquanto mulher, me interesso por relacionamentos, sapatos, política, outras culturas, música e literatura, dentre outras várias coisas. Não necessariamente nessa ordem.
6 comentários:
E de Medeski, Martin e Wood?
Quero! Comprou?
Vamos?
Diana,
Quem é o anonimo? Sera que o mesmo que deixa mensagens no carnet de route?
Beijo
A palavra que me vem a mente lendo o seu texto é diversidade. De escolhas, de desejos, de propósitos e de objetivos. Graças a Deus a vida nos deu e nos dá continuamente a possibilidade de expressarmos nossa pluralidade, e de nos transformarmos constantemente. Beijo.
Amei. Faço minhas as suas palavras. Isso mesmo, Diana, não dá mais para aceitar que em pleno século XXI ainda tentem nos enquadrar na camisa de força dos estereótipos ( e ainda por cima chulos)...
Bjos e continue com essa fúria gostosa. Precisamos colocar mais vezes a boca no trambone...
Amei. Faço minhas as suas palavras. Isso mesmo, Diana, não dá mais para aceitar que em pleno século XXI ainda tentem nos enquadrar na camisa de força dos estereótipos ( e ainda por cima chulos)...
Bjos e continue com essa fúria gostosa. Precisamos colocar mais vezes a boca no trambone...
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